GENEBRA - Países em desenvolvimento, como o Brasil, vão se defrontar com montanhas de lixo eletrônico perigoso (originários de velhos e dilapidados computadores, celulares, impressoras, TV, brinquedos etc.) e enfrentar graves problemas ambientais e de saúde, se não melhorarem a coleta e a reciclagem desse material.
O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma), que prevê um aumento vertiginoso da venda de equipamentos eletrônicos nos próximos dez anos na China, Índia, América Latina e África. Com isso, somente a quantidade de lixo eletrônico procedente de computadores velhos deve aumentar 500% na Índia e de 200% a 400% na China e na África do Sul, em relação a 2007. O lixo a partir de TVs e refrigeradores usados deve duplicar na China e na Índia.
Atualmente, o Brasil já produz a maior quantidade de e-lixo vindo de computadores pessoais entre 11 países em desenvolvimento examinados: meio quilo per capita por ano. A ONU calculou a produção desse lixo dividindo o estoque de computadores por uma média de uso de cinco anos. O país fica em terceiro na produção de lixo de TV, atrás de México e China.
Globalmente, a geração de lixo eletrônico é estimada em 40 milhões de toneladas por ano. Em boa parte dos países em desenvolvimento, os antigos computadores, impressoras, telefones celulares, câmeras fotográficas, aparelhos de música, refrigeradores, brinquedos e televisores são incinerados em quintais por recicladores na busca dos metais valiosos sem levar em conta os perigos para a saúde, a começar pela China. Pequim já produz 2,3 milhões de toneladas em seu território, só atrás dos Estados Unidos, com 3 milhões de toneladas. Além disso, é um enorme depósito desse tipo de lixo para países desenvolvidos.
A exposição aos tóxicos químicos do " e-lixo " , incluindo mercúrio, pode causar danos ao cérebro e sistema nervoso, afetando rins e fígado e deformações nos pássaros, segundo especialistas.
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